– Você é a única pessoa de quem eu gostaria de me despedir quando morrer, porque só assim essa coisa que chamo de vida vai fazer algum sentido. E se eu ficar sabendo que você morreu, a vida como a conheço, o eu que está falando com você agora, vai deixar de existir. O que provavelmente significa que em algum lugar ainda estou esperando alguma coisa. Às vezes tenho a sensação terrível de acordar na casa em B. e, olhando para o mar, ouvir as ondas trazerem a notícia, Ele morreu ontem à noite. Perdemos tanta coisa. Foi um coma. Amanhã vou voltar ao meu coma, e você ao seu. Desculpe, eu não quis ofendê-lo... tenho certeza de que no seu caso não é um coma.
– Não, uma vida parelela.
Talvez toda a tristeza que conheci na vida de repente tenha decidido convergir naquela. Eu precisava lutar contra aquilo. E, se ele não via, provavelmente era porque ele mesmo não era imune.
Me chame pelo seu nome – André Aciman
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