Pós-escrito, edificante.
Essas imagens são de “Viagem a Tóquio”, um filme de Ozu, o cineasta cujos enquadramentos severos me influenciaram na época em que filmei Santiago.
Ao fim da história, a filha caçula pergunta:
– A vida não é uma decepção?
Sua cunhada responde com um sorriso franco e generoso:
– Sim, ela é.
Acho que é uma resposta que Santiago compreenderia.
Enquanto viveu ele se ocupou com seus nobres e suas castanholas.
Foi salvo por coisas tão gratuitas, quanto a dança no parque, de que gostava tanto.
Com elas quem sabe, pode suportar a melancolia de quem suspeita que as coisas não fazem mesmo, muito sentido.
Santiago – João Moreira Salles
Nenhum comentário:
Postar um comentário