8.4.18

Pós-escrito, edificante.

Essas imagens são de “Viagem a Tóquio”, um filme de Ozu, o cineasta cujos enquadramentos severos me influenciaram na época em que filmei Santiago.

Ao fim da história, a filha caçula pergunta:
– A vida não é uma decepção?
Sua cunhada responde com um sorriso franco e generoso:
– Sim, ela é.

Acho que é uma resposta que Santiago compreenderia.
Enquanto viveu ele se ocupou com seus nobres e suas castanholas.
Foi salvo por coisas tão gratuitas, quanto a dança no parque, de que gostava tanto.
Com elas quem sabe, pode suportar a melancolia de quem suspeita que as coisas não fazem mesmo, muito sentido.



Santiago – João Moreira Salles

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